À luz
do contexto económico e social que se vive no país, faz todo o sentido que ao
nível do Poder Local, se reorganizem as freguesias e os concelhos. Dado que até
ao momento não se verificou qualquer fusão de concelhos, é legítimo que se
conclua que houve receio por parte do Governo.
Será
por causa do fenómeno dos “jobs for the boys” ao nível das autarquias?
Rio
Côvo Santa Eulália, com os seus cerca de 1000 habitantes e 3,3 km2,
era uma forte candidata à união com outra freguesia.
Moure? Midões?
Remelhe? Silveiros? Fonte Coberta?
Se
tivermos em conta as ligações rodoviárias, Midões é claramente a opção que se
destaca das demais. Se a isto acrescentarmos o facto de, desde há largos anos,
as paróquias de Rio Côvo, Midões e Gamil partilharem o mesmo pároco, sai
reforça essa opção.
Mas
isto é a minha opinião! Apenas. Falta conhecer o que acham os 1000 habitantes
de Rio Côvo acerca desta matéria. Parece-me ter havido inabilidade na gestão do
processo. Culpa da Junta de Freguesia? Culpa da Câmara Municipal? Apurem-se as
responsabilidades.
Se o
objectivo é criar uma freguesia de média/grande dimensão, ocorrem-me algumas
questões:
Quem
decidiu isso?
Porque
é que Moure (1000 habitantes) permanece como até aqui?
E Carvalhas
(700 habitantes)?
Por uma
questão de justiça e coesão, seria ou não razoável se todas as freguesias
fossem alvo de processos de fusão (admitindo uma ou duas excepções ao nível do
perímetro urbano)?
Visto
que nas eleições de 2009 este assunto não foi tido em conta (a Troika “aterrou”
em Portugal em 2011), justificar-se-ia ou não uma Assembleia de Freguesia
extraordinária?
Existe
orçamento para construir/modernizar uma ligação rodoviária entre Rio Côvo e
Silveiros?
Fez-se
uma investimento considerável na Escola Primária de Rio Côvo não há muito
tempo. Vamos encerrar a Escola? Ficamos com o Infantário? Ou fica uma freguesia
com a Escola e outra com o Infantário?
E o
cemitério? As pessoas podem escolher? Caso não haja vagas numa freguesia, a
pessoa terá de ir para a outra?
Vamos
ter 2 campos de futebol e duas equipas no campeonato popular?
Não
creio que seja muito frequente haver pessoas que residam numa determinada
freguesia e optem por ser sepultadas na freguesia vizinha. Se isso acontece, é
porque, em princípio, a pessoa tinha uma ligação afectiva à freguesia – pode, portanto,
ser interpretado como um elogio.
Relativamente
à freguesia onde a pessoa residia, podemos falar de um gesto de cortesia (que
partiu de nós): um morador dessa freguesia escolhe a nossa como morada eterna,
mas no futuro pode acontecer algo inverso. Faz sentido cobrar um valor extra
nestes casos?
Está
estipulado um custo acrescido nestas situações?
Então
como se explica que num determinado momento o custo era de 150€ e pouco depois,
já era de 100€?
Será
que tudo isto é por causa de necessidade urgente de verbas para o restauro dos
altares?
Atendendo
a que estamos a falar de uma família que residiu na freguesia durante muitos
anos, é sensata esta cobrança?
E se
olharmos no médio ou longo prazo, esta família seria uma potencial colaboradora
com a nossa freguesia de hoje em diante. Olhando para o que se passou, parece
ter havido pouca astúcia na forma como se lidou com a situação. Aliás, outras pessoas
dessa família, que residam na nossa freguesia, poderão sentir-se ofendidas com
este episódio, e isso afectar negativamente a sua colaboração com a Igreja.

