sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Democracia Participativa e Democracia Representativa




À luz do contexto económico e social que se vive no país, faz todo o sentido que ao nível do Poder Local, se reorganizem as freguesias e os concelhos. Dado que até ao momento não se verificou qualquer fusão de concelhos, é legítimo que se conclua que houve receio por parte do Governo.
Será por causa do fenómeno dos “jobs for the boys” ao nível das autarquias?
Rio Côvo Santa Eulália, com os seus cerca de 1000 habitantes e 3,3 km2, era uma forte candidata à união com outra freguesia.
Moure? Midões? Remelhe? Silveiros? Fonte Coberta?
Se tivermos em conta as ligações rodoviárias, Midões é claramente a opção que se destaca das demais. Se a isto acrescentarmos o facto de, desde há largos anos, as paróquias de Rio Côvo, Midões e Gamil partilharem o mesmo pároco, sai reforça essa opção.
Mas isto é a minha opinião! Apenas. Falta conhecer o que acham os 1000 habitantes de Rio Côvo acerca desta matéria. Parece-me ter havido inabilidade na gestão do processo. Culpa da Junta de Freguesia? Culpa da Câmara Municipal? Apurem-se as responsabilidades.
Se o objectivo é criar uma freguesia de média/grande dimensão, ocorrem-me algumas questões:
Quem decidiu isso?
Porque é que Moure (1000 habitantes) permanece como até aqui?
E Carvalhas (700 habitantes)?
Por uma questão de justiça e coesão, seria ou não razoável se todas as freguesias fossem alvo de processos de fusão (admitindo uma ou duas excepções ao nível do perímetro urbano)?
Visto que nas eleições de 2009 este assunto não foi tido em conta (a Troika “aterrou” em Portugal em 2011), justificar-se-ia ou não uma Assembleia de Freguesia extraordinária?
Existe orçamento para construir/modernizar uma ligação rodoviária entre Rio Côvo e Silveiros?
Fez-se uma investimento considerável na Escola Primária de Rio Côvo não há muito tempo. Vamos encerrar a Escola? Ficamos com o Infantário? Ou fica uma freguesia com a Escola e outra com o Infantário?
E o cemitério? As pessoas podem escolher? Caso não haja vagas numa freguesia, a pessoa terá de ir para a outra?
Vamos ter 2 campos de futebol e duas equipas no campeonato popular?


Não creio que seja muito frequente haver pessoas que residam numa determinada freguesia e optem por ser sepultadas na freguesia vizinha. Se isso acontece, é porque, em princípio, a pessoa tinha uma ligação afectiva à freguesia – pode, portanto, ser interpretado como um elogio.
Relativamente à freguesia onde a pessoa residia, podemos falar de um gesto de cortesia (que partiu de nós): um morador dessa freguesia escolhe a nossa como morada eterna, mas no futuro pode acontecer algo inverso. Faz sentido cobrar um valor extra nestes casos?
Está estipulado um custo acrescido nestas situações?
Então como se explica que num determinado momento o custo era de 150€ e pouco depois, já era de 100€?
Será que tudo isto é por causa de necessidade urgente de verbas para o restauro dos altares?
Atendendo a que estamos a falar de uma família que residiu na freguesia durante muitos anos, é sensata esta cobrança?
E se olharmos no médio ou longo prazo, esta família seria uma potencial colaboradora com a nossa freguesia de hoje em diante. Olhando para o que se passou, parece ter havido pouca astúcia na forma como se lidou com a situação. Aliás, outras pessoas dessa família, que residam na nossa freguesia, poderão sentir-se ofendidas com este episódio, e isso afectar negativamente a sua colaboração com a Igreja.


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